Um pouco mais sobre Anais Nin



Após o furdunço que provocara as Olimpíadas (pois os gregos insistiam que os jogos deveriam continuar em Atenas) sediadas na capital francesa, em 1900...

Três anos correm e nasce ali, numa pequena região da Ilha de França, Neuilly (lugar que acolheria o definhamento de grandes consciências, como Truffaut, Kandinsky, Bette Davis, Eça de Queirós...), Angela Anais Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell. Novelista, crítica, ensaísta e contista, a vida de Anais é um fidedigno molde de uma autêntica subversão. E mostro o porquê!

As terapias de psicanálise com Otto Rank [1] a levam à reflexão acerca do desejo de "renascer" enquanto mulher e artista. Rank a encoraja a verbalizar, através do diário, a profundidade dos seus sentimentos, a levando a articular o que não é facilmente expresso. Dava lhe um compromisso: encontrar uma linguagem para a sua intuição. Ancorada, então, em inspirações não menos audaciosas (Djuna Barnes, DH Lawrence, Marcel Proust, André Gide, Jean Cocteau, Paul Valéry e Arthur Rimbaud), o seu estilo de vida reflete sua mente contemplativa e curiosa. E assim Anais se entrega á escrita... e as paixões.

Durante a década de 60, apesar de não associar-se ao ativismo político do movimento, os seus escritos adquirem uma perspectiva feminista, o que a torna popular.

Após uma batalha de três anos contra o câncer, Anais morre em 1977, em Los Angeles.

[1]  psicanalista , escritor e professor austríaco. Foi amigo de Freud por cerca de 20 anos mas, por questões ideológicas, acabam rompendo.